quarta-feira, 20 de maio de 2009

Reflexões Gramaticais
1)O que é parágrafo?

Um parágrafo é uma unidade de um texto qualquer, constituída por uma seqüência de frases organizadas em um ou mais períodos.

2)O que é ponto?

Um ponto é um símbolo ortográfico usado para finalizar determinada frase em uma seqüência de um dado parágrafo, indicando uma pausa bastante acentuada no fim da oração. Há o ponto de continuação, onde uma nova frase surge logo após o mesmo, e o ponto final, usado para definir um novo parágrafo que surgirá após a frase final do anterior.

3)Como se utilizar de vírgulas?

A vírgula serve para isolar proposições, elementos da frase ou da proposição, e indicações de tempo e lugar. Indica breve pausa rítmica, sem quebrar a continuidade do discurso.


4)Como me utilizar do ponto e vírgula?

O ponto-e-vírgula(;) é um caractere utilizado pela gramática para separar orações. É usado para marcar uma pausa mais longa que a da vírgula, no entanto menor que a do ponto.

5)O que é morfologia; sintaxe; fonética?

Morfologia: Parte da linguistica que se oculpa do estudo da estrutura, formação, flexão e classificação das palavras.

Sintaxe: Parte da gramática que estuda as relações que as palavras estabelecem entre si quando se estruturam numa frase.

Fonética: Estudo da natureza fisica de produção, características e percepção de sons da linguagem humana.

6)Colocação pronominal: Há erro em:"Isto é para mim fazer" ?
6.1) Relacionar no texto"pronominais" de Oswald de Andrade, com o texto de Marcos Bagno.
A língua escrita no Brasil em uma série de detalhes, nem de longe se assemelha a língua falada. Isso se deve ao fato de ser a língua falada uma “adaptação popular ” e portanto a verdadeira língua brasileira. A representável “elite ortográfica brasileira” se viu em total direito de importar caractéristicas línguisticas portuguesas para a nossa língua, e isso hoje influencia diretamente as relações de diferenciação de classes num país já tão desigual. Isso, por que a elite, que tenta se fazer parecer hegemônica e puramente europeia, insiste em manter os padrões ditos “corretos” numa sociedade tão culturalmente diversificada, logo totalmente anti-hegemônica na maioria dos aspectos.

A dificuldade de se aprender o portugues de Portugal numa versão bem mais complicada no Brasil para se falar o português brasileiro é a grande base da discórdia. O infinito número de regras existentes na nossa língua, chega a ser um verdadeiro desrespeito a maior parte da população, que sequer chega a usar metade delas ao londo de sua vida. Nem mesmo os estudantes que vivenciam essas dificuldades nos seus respectivos colégios todos os dias, são adeptos dessa língua absolutamente formal.
Analisando então esses fatores concluo que a frase “Isto é para mim fazer” está popularmente certa, portanto correta!

7)O que é nome em gramática?
7.1)O que é pro-nome?
7.2)Para que existem o caso reto e oblíquo?
No sentido mais amplo da gramática um nome é qualquer palavra possível de sofrer algum tipo de declinação ou flexão nominal de acordo com os gêneros, números e casos. Termos gramaticais referentes a nomes são: substantivos, adjetivos, advérbios e verbos.
Pronome é uma palavra variável, sem conteúdo ideativo, utilizada em lugar de idéias e nomes. Pode ser pessoal, demonstrativo, possessivo ou relativo.
O caso reto abriga os pronomes quem tem como função o exercício do sujeito enquanto os do caso oblíquo exercem função de complemento.
8) O que é discurso direto; discurso indireto;discurso indireto livre?

Discurso direto: É a reprodução de maneira direta da fala das personagens de uma determinada obra literária ou teatral, ou seja, a reprodução integral e literal, introduzida por travessão.

Discurso indireto: É o registro da fala da personagem sob influência do narrador. Os tempos verbais nesse discurso são modificados para que haja entendimento em relação á quem fala.

Discurso indireto livre: Resulta da mistura dos discursos direto e indireto. Nesse discurso, o narrado pode, nao apenas reproduzir indiretamente falas da personagens, mas também o que elas pensam, sonham, desejam,etc. Corresponde ao monólogo interior das personagens, expresso pelo narrador.

9)Figuras de linguagem: metáfora;metonímia;neologia(neologismo).

Metáfora: Figura de linguagem literária que consiste em substituir a realidade que se pretende descrever, por imagem que a reconrda e enriquece.

Metonímia: Figura ou recurso de linguagem que consiste em designar um objeto mediante menção a outro diretamente ligado a ele, por causa, efeito ou contiguidade, entre outros.

Neologia: Termo que designa o uso de palavras inventadas ou desviadas do seu sentido natural e do seu uso comum.
Resumos do texto "Dias de sombra, dias de luz"

Dias de sombra, dias de luz
Jurandir Freire Costa
Sem o sonho de que os tempos sombrios passarão, viver serve para quê?
Começo pelas sombras. O Brasil vive uma escalada da violência urbana desorientadora. Quando a lista de atrocidades parecia esgotar-se, aparece mais uma figura do medonho, do horror dos horrores, a morte do menino João Hélio. Será que somos uma aberração coletiva apelidada de nação? Será que somos uma civilização sem amanhã? Talvez sim, talvez não. Seja como for, para evitar o dano mais grave é preciso admitir o evidente: criamos uma sociedade inconseqüente que se vê a braços com o pior efeito da inconseqüência humana: a carnificina monstruosa, na qual crianças matam crianças, sem se dar conta da imoralidade do que estão fazendo.
O assassinato de João Hélio por um adolescente que afirmou “não saber o que significa perder um filho assassinado porque nunca teve filho” mostra a face disforme do imaginário da terra de palmeiras onde cantam sabiás. O adolescente que disse ignorar o que é a dor de perder um filho assassinado porque nunca teve filho, exibiu, sem se dar conta, sua patológica cegueira de valores. Mas, sobretudo, mostrou que nunca teve a chance de saber o que é um pai, uma mãe, um filho, enfim, o que é amar e perder um ser amado a quem se deu a vida. Ao ser privado dessa experiência afetivo-moral básica, o jovem criminoso também foi privado de conhecer a distinção entre o justificável e o injustificável. A impiedosa engrenagem da miséria triturou sua capacidade de introjetar o sentido ético do que Levinas chamou de “infinita responsabilidade pelo Outro”!
Aí, porém, reside a trágica antinomia da condição humana. Apesar de não ter controle sobre as causas que o levaram a agir como agiu, o garoto é responsável pelo que fez, a menos que o consideremos um puro espectro humanóide, o que seria incomensuravelmente mais desumanizante. Podemos, é claro, conceder-lhe o benefício da ausência de consciência plena do crime cometido; podemos olhar com clemência a dolorosa história de vida que o fez praticar o que praticou, mas não podemos isentá-lo da autoria do seu ato. Conclusão: é nosso dever ético condenar e procurar mudar, por todos os meios possíveis, regimes socioeconômicos que favoreçam a formação moral de pessoas sem consciência do que seja crueldade. Caso contrário, estaremos permanentemente expostos a um terrível impasse ético, qual seja, não saber como julgar alguém que não teve condições de dar sentido a palavras como culpa, crime e castigo.
Renato Janine Ribeiro, ao comentar o homicídio do menino João Hélio, exprimiu esse mal-estar. A fantasia de vingança contra o assassino que lhe veio ao espírito, entretanto, nem significou incitação à tortura - longe disso!-, nem neutralidade moral em relação ao Bem e ao Mal. De minha perspectiva - e pode haver outra que não seja pessoal? -, ao escrever o que escreveu, ele pensou em carne viva e revelou um aspecto recalcado de nossa cultura, o convívio promíscuo com a barbárie. Reagindo como reagiu, mostrou o barro de que todos somos feitos, e seu discurso, por isso, foi objeto de numerosas contestações. Compreendo o sentido das objeções feitas, mas não concordo com a maioria delas.
Nós, universitários ou acadêmicos, não somos anjos prudentes com uma régua de virtudes à mão, prontos para dirimir, judiciosa e incansavelmente, o que é joio e o que é trigo. Nossa tola vaidade nos faz pensar, muitas vezes, que “os outros”, os incultos ou conservadores, podem tropeçar na própria ignorância e não saber o que dizem ou dizerem “não sei”. Nós, não! Nós somos embaixadores do Iluminismo, do Humanismo ou de qualquer outro “ismo”. Por conseguinte, vir a público falar do que sentimos em momentos de comoção moral e intelectual significa confessar o pecado leigo de lesa-razão! Crime, diz-se, é com a justiça, e fora da justiça não há salvação. Porém, o que chamamos de justiça, entendida como lei ou direito instituídos, não nasce da cabeça de Zeus. Nasce de um sentimento anterior, pré-reflexivo e pré-racional, adquirido mediante experiências psicológico-morais primárias, que ao longo das vidas pessoais e da vida cultural tornam-se familiares. Acontecimentos extraordinários do ponto de vista moral podem, assim, fazer-nos hesitar quanto à propriedade e a natureza do que julgamos justo ou injusto. Nestas situações, o moralmente indecidível pode emergir, posto que a enormidade do fato ocorrido força-nos a oscilar, de modo ambivalente, entre o “impiedoso, frio e impessoal” e o “compassivo, passional ou leniente”. Esse é um dos efeitos mais nocivos da anomia cultural: suportar a dúvida de estar sendo, simultaneamente, injusto com a vítima e com o algoz. No caso de João Hélio, como decidir entre a piedade devida a cada um e a equanimidade devida a todos? O que é mais justo: pedir o endurecimento na punição do responsável pela morte de uma criança inocente brutalmente assassinada ou argumentar, em favor do adolescente assassino, que ele jamais teve condições de entender, por questões psicológico-sociais, que o direito à vida é uma prerrogativa de qualquer ser humano?
Pode-se responder: podemos ficar ao lado dos dois, escolher um lado contra o outro, ou não querer pensar no assunto, pouco importa. O fundamental é que isto é da alçada da justiça válida para todos e não do arbítrio voluntarista ou dos espasmos emocionais de um só. Em parte, é verdade. Mas qual justiça, volto a perguntar? A dos códigos e protocolos ou a da aspiração ao respeito absoluto e inegociável pela singularidade do outro? O dilema é mais difícil do que se costuma fazer crer. Como bem apontou Olgária Mattos, não por acaso, Adorno, no julgamento dos nazistas, foi levado a dizer algo mais ou menos assim: não faria o menor gesto para condená-los à morte; não faria o menor gesto para poupá-los da morte! No mesmo tom, não foi algo semelhante que levou Hannah Arendt a dizer que há crimes sem perdão, pois aqueles a quem competeria perdoar já não podem mais fazê-lo, por terem sido mortos?
Naturalmente, o infeliz garoto assassino não é um nazista. Ele é um sobrevivente social a quem foi sonegada a mais elementar possibilidade de valorizar a vida do próximo. Isso - creio e defendo - é razão suficiente para julgarmos seu crime com indulgência, mas não é motivo para recalcar o horror que podemos sentir, ao imaginar o que João Hélio sofreu e o desespero alucinadodos pais que viram o filho ser morto como foi. O gênio da língua tarda, mas não falta. Dispomos, em português, de uma palavra para designar filhos que perdem pais, qual seja, “órfão”; não dispomos de palavra alguma para nomear o que se torna um pai ou uma mãe que perde um filho. Este estado é feito de uma dor que não se inscreve na linguagem. Ele é provação extrema; é o mais escuro vazio e a mais lenta agonia; é algo que nenhuma lágrima apaga, porque é a nudez implacável da morte no coração de uma vida que gostaria de não mais ser, e, que, no entanto, é obrigada a continuar sendo.
Diante dessa desmedida, afirmar que não se sabe o que fazer ou que se pode experimentar desejos de retaliação não significa jogar a ética na lama; significa mostrar que a malignidade de algumas circunstâncias sociais podem fazer o discernimento ético vacilar. Para alguns, isto é retórica vazia ou falta de coragem para tomar partido. Mas agir e pensar com justiça não é questão de tomar partido; é questão de experimentação sócio-moral, como sustentaram James, Dewey, Rorty; é questão de apostar, sem garantias e com riscos de frustração, na boa-vontade de nossos parceiros de vida em comum; é questão, enfim, do “perigoso talvez”, tão repetido pelo saudoso Derrida. O que fazer, então, para sanar este estado de coisas? Não há resposta fácil. Como, por exemplo, combater a secular injustiça brasileira, reforçando, ao mesmo tempo, as instituições democráticas, se dependemos, para isso, de parlamentares, que, na maioria, sequer se dão ao trabalho de ocultar do público a baixeza de seus mesquinhos interesses? Como fazer deste país um país tolerante, se os líderes intelectuais, empresariais, políticos etc, comportam-se como fanáticos encastelados em seitas ideológicas, sempre prestes a renunciar ao diálogo e à persuasão e a desqualificar com arrogância ou desdém a opinião do opositor? Como, enfim, restaurar o princípio da boa-fé atribuível, em primeira mão, ao outro, se vemos líderes políticos mentir despudoradamente ou empresários da locomotiva agrícola falando de “liberalismo”, enquanto literalmente escravizam ou deixam morrer por exaustão física seus empregados?
Não sou derrotista ou desistente. Há coisas nas quais podemos acreditar porque existem e podem ser feitas. Dou dois exemplos. O primeiro é o da conversa recente entre o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, e três governadores recém-eleitos. O ex-prefeito foi direto ao ponto: “polícia sem cidadania e sem reforma urbana é o mesmo que nada”. E, prosseguiu, “quando era prefeito, ao invés de gastar US$ 2,2 bilhões em auto-estradas que beneficiariam 15 %o da população de Bogotá, decidi usar o dinheiro em transporte público, e, com o que sobrou, investir em escolas de qualidade, bibliotecas, parques, ciclovias e melhorias das calçadas. Nós demos a cidade aos pobres que não tinham como usá-la”.
Tão simples quanto isso. Por que, então, já não fizemos o óbvio? Porque, de um lado, o arcaico senhoriato empresarial-político brasileiro empenhou-se em fabricar uma caricatura dos mais pobres como um bando de desclassificados indolentes, reprodutores irresponsáveis de criaturas que não sabem como alimentar e educar, e que, por isso mesmo, não merecem viver na mesma cidade que eles; de outro, porque boa parte dos que têm poder de agir na esfera pública e criticam essa concepção indigna do povo brasileiro demitiu-se, por cansaço ou decepção, da tarefa de formar uma elite comprometida com um projeto de nação. Elite, como bem disse a ministra Marina Silva, não é sinônimo de oligarquia vampiresca. Elite são os melhores; os que pensam e agem com a consciência da responsabilidade pública que têm, em função do poder social e da autoridade moral que souberam conquistar no legítimo exercício de seus talentos e competências.
Encontramos, neste ponto, o segundo exemplo, que nos foi dado a ver pelo cineasta João Jardim, em seu belo documentário Pro dia nascer feliz. O filme trata da escolarização de adolescentes brasileiros de pequenas cidades rurais do Nordeste, da periferia das grandes cidades do Sudeste e da alta classe média paulistana. O resultado é impactante. Como seria previsível, presenciamos a trajetória de garotos que terminaram cometendo crimes e foram parar nos aviltantes centros de detenção de menores. O mais importante, contudo, é a surpresa de testemunhar o vigor do desejo de auto-realização e de justiça que anima tantos jovens brasileiros que ainda não sucumbiram á lavagem cerebral do “este país não presta”. Da humilde garota pernambucana que supera obstáculos gigantescos para concretizar suas aspirações literárias ao depoimento de duas garotas da escola paulistana, o que vemos é o desenho humano do que deveria ser uma verdadeira elite. O caso das garotas privilegiadas, em especial, é ainda mais eloqüente, pois contraria em tudo o clichê de alienação e insensibilidade colado aos jovens desse grupo social. Em uma cena, duas dessas garotas conversam, e, ao se referirem à injustiça social que lhes deu tudo, privando a maioria de quase tudo, uma delas diz: “São dois mundos separados”. Ao que a outra, com uma acuidade intelectual cirúrgica, responde: “O pior é que não são dois mundos, é um mundo só”.
Eis uma das chaves da saída: um só mundo, um só povo. Com essa simples consciência, esses brasileirinhos decentes e encantadores mostram que possuem o senso de pertencimento a uma mesma comunidade de tradições, e, portanto, são capazes de reconhecer o direito dos demais ao mesmo respeito e oportunidade que lhes foram dados. No mundo deles - se permitirmos - mortes de inocentes como João Hélio serão lembradas, apenas, como dias de sombras que antecedem os dias de luz. No mundo deles - se permitirmos - a referência do pronome “nós”, na sensível expressão de Rorty, será estendida a todos os brasileiros e a todos aqueles que elegerem nosso país como um bom lugar para se viver. Sonho de bobo alegre, dirão os cínicos. Talvez. Mas - plagiando a rústica Macabéia de Clarice Lispector -, sem esse sonho, viver serve pra quê?
Resumo Crítico:
O texto “Dias de Sombra, dias de luz” que fala da morte brutal do menino João Hélio tenta expor de forma prática, porém detalhada, os fatores que levam esse e outros assassinos a cometerem crimes tão ou mais brutais quanto. Tenta levantar a pergunta: “Será que esses crimes pode ser justificados pelas tristes e trágicas histórias de sofrimento e de falta de oportunidades vividas por esses jovens marginais?”. E também: A quem cabe julgar esse comportamento disforme dessa gama criminosa da população, a nós, meros normais, ou a justiça. A justiça brasileira, a mesma justiça “injusta” e aparentemente inalcançável? Isso, de uma forma ou de outra, ainda continua sendo uma incógnita quase geral, mesmo com todas as manifestações comoventimente populares geradas em torno desse e de outros casos. Lendo o texto, percebe-se uma relativa defesa aos direitos humanos, sejam eles de quem for, do "bandido" ou do "mocinho", da "vítima" ou do "algoz". Por fim, posso citar duas palavras que ao meu ver, somadas, resumem, ou pelo menos tentam, todo o senti000000000000000000do desse texto: dor e vida, resta-me saber, até que ponto estas são permissíveis a convivência e conivência.
Resumo de Citação:
1- "Será que somos uma aberração coletiva apelidada de nação? Será que somos uma civilização sem amanhã?"
2- "Criamos uma sociedade incosequente que se vê a braços com o pior efeito da incosequência humana: a carnificina monstruosa, na qual crianças matam crianças, sem se darem conta da imoralidade do que estão fazendo."
3- "Apesar de não ter controle sobre as causas que o levaram a agir como agiu, o garoto é responsável pelo que fez, a menos que o consideremos um puro espectro humanóide, o que seria incomensurávelmente mais desumanizante."
4- "É nosso dever ético condenar e procurar mudar, por todos os meios possíveis, regimes socioeconômicos que favoreçam a formação moral de pessoas sem consciência do que seja crueldade."
5- "Há crimes sem perdão, pois aqueles a quem competeria perdoar, já não podem mais fazê-lo, por terem sido mortos?"
6- "Não dispomos de palavra alguma para nomear o que se torna um pai ou uma mãe que perde um filho. Este estado é feito de uma dor imensa que não se inscreve em linguagem. Ele é provação extrema; é o mais escuro vazio e a mais lenta agonia; é algo que nunhuma lágrima apaga, porque é a nudez implacável da morte no coração de uma vida que gostaria de não mais ser,e , que, no entanto, é obrigada a continuar sendo."

Análise das tiras da Mafalda.


TIRA I

-Proposta da tira: crítica direta ao modo de vida da população mundial como um todo;
-Relação proposta entre a falta de “funcionalismo” diretamente proporcional que há entre a humanidade e seus serviços (no caso específico o telefônico);
-Crítica dupla: humanidade e serviço de sistema telefônico;
-Aparência apática e despreocupada do carteiro;
-Normalidade com que o deficiente sistema telefônico é recebido pelo carteiro;
-Modo como é colocado o “BAR” na tirinha.

TIRA II

-Ar politizado e irônico impressos no rosto da Mafalda;
-Crítica as normas gramaticais , tão disseminadas no ensino ;
-3 braços da professora do momento da explicação;
-O uso da do substantivo “mãe” e dos verbos “mimar” e “amar”;
-O relativo apagamento da professora em relação ao resto da turma e a própria sala;

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Jornal "NACIONAL"?

Rafael Cerqueira

Toca-se a vinheta tão famosa nas noites de segunda a sábado. Todos reunidos no sofá esperando a hora da novela. Eis que surge ele, o respeitado Jornal Nacional... Boa noite é o que ouvimos, aqueles mesmos âncoras de sempre, aquele mesmo fundo “alucinante” de bastidores jornalísticos, mais uma maratona de informações, tragédias, alegrias, tristezas, novidades, agonias e... Indiferença. Isso mesmo, não a nada pior que a cara apática do jornalista William Bonner logo depois de uma reportagem trágica e agonizantemente inacreditável.

Em casa, os telespectadores riem ou choram, ou riem e choram, ou nem riem e nem choram. Mas o que interessa é que logo a frente deles, por trás daquelas imagens se esconde um “ser” desconhecido pela maioria da população, o SISTEMA, o grande manipulador de mentes. Nas meras palavras e frases usadas pelos apresentadores, ou nas coloridas e representativas imagens expostas se escondem uma série de mandamentos (do tipo: “faça isso e seja aceito pela sociedade”, “vote nele e tenha uma consciência limpa”, “seja comum e não nos dê trabalho” ou ainda “por culpa dele o Brasil está nessa situação”) impostos pelo sistema, nesse caso um sistema específico, o televisivo, em termos de Brasil, a Rede Globo de Televisão.

Tomando um caso particular como ponto de discussão, posso citar o grande apelo pejorativo que o jornal vem fazendo ao governo Lula desde o início de seu mandato. Não se passa um dia, sem que seja citada ao menos uma queda na produção industrial ou mais uma corrupção habitual nos bastidores governamentais. Ela (Rede Globo), grande exemplo da elite brasileira, não admite que um presidente sem ensino superior seja digno de existência, ainda mais com tão grande apoio popular e até mesmo “aceitação” no mundo afora. O bom mesmo é ver a cara de nada misturada com arrogância dos apresentadores, quando estes são obrigados a darem uma notícia positiva em relação ao governo, que mesmo com tantos problemas existentes, o que é inegável, passa por um visível processo de desenvolvimento socioeconômico.

Com uma palavra só se define a tradução do grande Jornal Nacional, palavra essa denominada Sensacionalismo. É inquestionável o poder de persuasão desse meio de comunicação para com as massas que chegam de seus trabalhos dispostas a se sentirem civilizadas e informadas, enfim, atualizadas com o que está acontecendo. Sabendo desse grande poder e sabendo também aproveitar como ninguém essa oportunidade, ele se sente no total direito de subestimar a capacidade dos brasileiros de pensar e agir em relação a determinados assuntos. Na verdade, esse é o grande problema do brasileiro. Ver que algo está errado e se conformar e aceitar a situação. Saber que o que esta errado pode ser mudado, mas deixar-se levar pelo comodismo oferecido.

É preciso lembrar, no entanto, que todos esses comentários feitos não se resumem ao Jornal Nacional. Muito pelo contrário, o que não falta no país é uma vasta rede de meios midiáticos sensacionalistas que tentam impor suas opiniões nas mentes tupiniquins. Aliás, isso não é um “privilégio” brasileiro, o mundo todo está sujeito a isso. Mas se tratando de Brasil, esse é o exemplo mais propício e disseminado nos quatro cantos da nação, logo o que melhor se encaixa na situação vergonhosa de poder exercido pela minoria sobre a maioria (muito freqüente por aqui). Até mesmo por se tratar como já foi dito de um jornal da Rede Globo, a grande chefe da mídia nacional.

Pois eis que as notícias encerram, os âncoras se despedem com o tradicional “Boa noite” e o mesmo sorriso armado de sempre, a vinheta toca, os créditos sobem com o ritmo frenético dos bastidores se dissipando lentamente, de repente a tela escureci e o silêncio toma conta do ambiente...Vai começar a novela!






domingo, 15 de março de 2009

Brasil: Mostre a sua fala!

Rafael Cerqueira

Brasil, país de diferentes raças, culturas e etnias. Isso é o que todos afirmam, alguns contemplam, outros discriminam. Porém o que muitos ainda insistem em restringir são as diferentes formas de escrever e falar da população brasileira, de norte a sul do país. Tempo, fenômeno inevitável que modifica tudo, a linguagem não foge desse fator natural e por isso o que é falado hoje certamente se diferencia do que era falado a dois, três séculos atrás.

A linguagem popular, que deveria ser ao menos reconhecida de forma correta e que é na verdade uma grande mistura de outras linguagens oriundas de diversas culturas indígenas, africanas e até mesmo européias é discriminada pela linguagem culta, aceita como padrão e herdada em grande parte dos lusitanos que há algum tempo atrás invadiram e povoaram o Brasil. Por sua vez, a linguagem culta é evitada por grande parte da população, que a vê como uma grande e dificultosa forma de expressão e escrita. O que não deixa de ser verdade, já que é exatamente isso o que é imposto para sociedade.

É incabível aceitar o fato de uma nação que possui tantos analfabetos ter ao mesmo tempo uma língua tão regrada e padronizadamente cansativa. Para que tantas regras se muitas delas nem chegam a ser usadas no dia-a-dia dos brasileiros. O povo usa a linguagem que acha mais acessível e por que não, mais correta. E se é essa a linguagem que o povo usa é porque foi essa a linguagem que o povo aprendeu a usar. E não a nada mais comum do que botar em prática o que se aprende, seja numa cadeira, dentro da sala de aula, seja na vida.

Um dos diferenciais do Brasil é justamente a variedade lingüística encontrada de região para região, de estado para estado. Para que discriminar isso? Os baianos falam “oxe”, os mineiros falam “uai”, os gaúchos falam “bá”, mas todo mundo fala a mesma coisa, com o mesmo significado e isso não impede que haja entendimento lingüístico entre ambas as regiões e populações. E é aí que esta a graça da linguagem brasileira, diferente, porém igual.

Nada como um bom toque de Brasil para entendermos as coisas, ou pelo menos achar que entendemos. Costumes, povos, línguas e culturas diferentes. Costumes, povos, línguas e culturas iguais. Um país de países em que realidades tão diferentes e distantes se contrapõem. Muitos sofrem enquanto um se alegra. Nossa língua é um retrato do Brasil, enquanto a maioria fala, a minoria decide o que deve ser falado. Enquanto a maioria luta, a minoria manda no que deve ser lutado.

sábado, 14 de março de 2009

O Amor

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Os passos de um futuro pensador

Rafael Cerqueira de Souza

Tudo começou numa certo dia ali atrás como diria Diblaim. Coisas novas que iriam surgir ou empecilhos antigos que iriam começar a desaparecer. Nada sabia, afinal tudo era novo. Cada dia um surpresa desafiadora. Todo dia uma barreira a ser vencida. Fases e fases que foram passando sem me dar conta de tudo o que estava ocorrendo. Fase do encanto, fase da satisfação, fase do medo, fase da decepção, fase da angústia, fase do orgulho, fase da preguiça, enfim, fases.

Bastava um pequeno erro, e o pensamento logo surgia: “O quê que eu vim fazer aqui”. Porém, como muitos dizem, nada como um dia após o outro. E parece que isso é mesmo verdade. Além disso, penso eu, só errando que se consegue aprender. E assim tudo foi melhorando. Mas como nada é perfeito, sempre tem que ter um “pequeno” detalhe para atrapalhar. Uma tal de física vivia complicando a minha vida. Seguindo em frente, não podia desanimar, apesar de não terem faltado motivos para que isso acontecesse.

Evolução, como definir essa palavra tão curta em tamanho, mas tão grande em significado para a própria vida humana. Basta olhar ao redor de mim mesmo para perceber o quanto evoluí durante esses quase dez meses de aula. Dez meses de português, ou melhor, linguagem. Linguagem essa que não servia apenas para a tão famosa gramática, a mais apreciada entre os “chefes” da extensão de minha própria casa. Mas a linguagem da vida, a que nos faz pensar o mundo através dos recursos que foram oferecidos durante as aulas. Livros, filmes, teatros, recitais, enfim. Várias e várias séries de preciosidades que só fizeram acrescentar positivamente o nosso saber. O saber de verdade. O saber negro, o saber branco, o entender branco, o entender negro. Que nada mais eram que um saber só, um saber único e poderoso.

Jamais em meus 15 anos de vida, pude presenciar momentos tão produtivos. Várias pessoas, vários pensamentos, várias vidas. Enfim, um só aprendizado. Uns souberam aproveitar melhor, outros nem tanto. Mas todos, sem exceções, puderam sentir pelo menos uma vez, o prazer do saber, do poder, do querer, do realizar. Muitos tentaram atrapalhar, mais nossa vontade foi mais forte. Independente de termos ganhado ou perdido, o mais importante é que tentamos plantar a primeira semente de muitas que virão a surgir naquele colégio público, que para algumas pedras no meio do caminho podia até se passar por particular. Mas “ingênuas” e “medíocres” as mentes dos que ainda acreditam nesta fatídica idéia vazia. Uma frase de Che me faz refletir sobre isso: os poderosos podem matar uma, duas, três flores, mas jamais deterão a primavera. Não que essas pedras sejam criminosas.

A questão negra nunca foi pensada antes por mim. Percebi nesse ano, já bem tardiamente, o quanto eu sou negro. O quanto todos os brasileiros são negros. Somos negros, somos brancos, somos índios, somos uma raça única e exemplar entre a humanidade. Uma mistura de povos que deu origem a essa tão rara e especial raça brasileira. Raça da alegria, raça do carnaval, raça da desigualdade, raça do futebol. Enfim, títulos não faltam para o “País do Futuro”. E assim, vamos levando a vida, bem do “jeitinho brasileiro”, aquele único e especial. Comum tanto aos pobres quanto aos ricos.
O ano mais uma vez está acabando, e com ele uma série de outras coisas estão indo juntos. Coisas que serão esquecidas e coisas que serão guardadas para sempre. Os esforços feitos valeram à pena, os “micos” pagos valeram mais ainda. A convivência entre os alunos de diferentes salas foi uma experiência singular. Todos com seu jeito de ser. Alguns que adoro, outros que não gosto, alguns que admiro, outros que invejo, alguns que respeito, outros que desprezo. Mas ambos com uma só condição. Todos estudantes a procura do saber, da cultura, do ouvir, do falar e do fazer.

Um ano novo virá, um novo professor chegará. Um novo Alexandre quem sabe. Não era esse o planejado, mas se aconteceu o respeito prevalecerá. O mais importante já adquirimos. Já sabemos o valor da cultura, da aprendizagem, não aquela que se obtém trancafiado numa sala de aula apenas, mas aquela que se tem em uma simples peça de teatro ou seção de cinema. O mundo da critica produtiva se abriu para mim, assim como o mundo da própria linguagem como um todo. Ainda estou só no começo da trilha, mas se tudo ocorrer como planejo, logo me tornarei um pleno pensador.