sábado, 20 de setembro de 2008

Políticos Brasileiros




Análise de Capa:

Rafael Cerqueira

Essa revista Veja traz como tema de capa o escândalo do mau uso dos cartões corporativos do governo que ganhou espaço na mídia brasileira esse ano com a demissão da Ministra da Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.

Muitos aspectos apontados mesmo que subjetivamente na capa fazem relações desse mal uso com o governo do PT e seus constituintes, como se eles fossem os únicos usuários desse cartão e também os únicos culpados. E são esses os aspectos que serão apontados nessa análise.

Primeiro o que mais chama a atenção é a forma como é tratada essa crise. Um cartão retorcido como se fosse um tapete mágico transportando um homem vestido como os personagens Aladim, ou Ali-babá. A forma como o cartão se encontra revela de certa forma a fragilidade do Brasil na questão política e social e o ou os personagens que estão sendo relacionados tem características que foram usadas como críticas aos políticos do PT. Aladim, uma figura aparentemente despreocupada e infantil e Ali-babá, um típico ladrão que se dá bem à custa dos outros.

Essa relação com o PT identificável por conta da presente estrela do partido no pano que cobre a cabeça do político. Apesar da aparente caracterização o terno que é esse associado à figura do político não é descartado, justamente para esse fato não ser descordado. O pé do político em cima do símbolo da Constituição Brasileira mostra a total falta de respeito tida por muitos políticos ao país, porém na revista isso é generalizado.

O fato de um homem público estar viajando pelo céu na capa, foi entendido como uma referência aos políticos que sabem e vêem tudo o que acontece de errado no país, mas não tomam nenhuma atitude para mudar, até pelo fato de estarem em posição privilegiada em relação aos outros, o que pode ser comprovado com a ligeira impressão dos braços cruzados do homem que na verdade estão apoiados um no outro como uma referencia aos personagens encarnados.

O fato da adoção desses personagens árabes, que são sobretudo festivos, é uma critica a forma de agir dos políticos brasileiros - nesse caso principalmente os petistas – que levam toda a situação como se fosse uma grande e interminável festa, o que realmente acontece, mas não de uma forma única, pois existem sim, muito políticos sérios e honestos no país, inclusive no PT, o alvo principal das críticas.

A letra em sim, juntamente com sua cor, forma e tamanho também exprime um significado em relação ao objetivo critico do texto. A frase de destaque “O Mundo Encantado Deles” aparece no texto toda composta por letras maiúsculas em vermelho. Maiúscula para expressar a grandiosidade do problema e vermelho, por ser uma cor ligada geralmente ao pecado, juntamente com o preto, usado logo abaixo, ligado a tudo o que é maléfico a sociedade em geral.

Uma coisa interessante e notável é contraste que surge entra a escolha das cores: vermelho e preto (ligadas muitas vezes ao inferno e ao próprio demônio) e ao espaço adotado na imagem, o céu. Leva a entender que ambos se entrelaçam assim como o bem e o mal que convive nos atos dos políticos.

Para terminar, também uma relação à frase de impacto citada acima. O mundo encantado, um mundo onde tudo é fantasia e tudo pode ser feito. Relação esta, feita com a capital federal, Brasília, um “mundo” onde políticos corruptos fazem o que bem entendem do dinheiro e da vida pública. A diferença é que alguns são punidos, logo depois “perdoados” é verdade, mas punidos.









Mente Masculina.Conseqüências Femininas

Há muito tempo atrás a mulher e tratada como um objeto, como uma “auxiliar” do homem. É claro que como o passar do tempo muitas coisas mudaram, as mulheres conseguiram um espaço maior, mas ainda em pleno século XXI elas continuam sendo tratadas como seres frágeis e incapazes de realizar certas atividades em relação aos homens.
Em qualquer lugar se pode notar a discriminação sofrida pelas mulheres. Comerciais de cerveja na TV as retratam como mercadorias que podem ser entregues com rapidez na casa dos compradores. Um dos poemas recitados na discussão do livro “Preconceito Contra a Mulher”, chamado “Drumundana” de Alice Ruiz diz assim: e agora Maria?O amor acabou, a filha casou, o filho mudou... Por que não poderias ser o contrário, a filha mudou e o filho casou. Nesse trecho é registrada uma relação de independência para o homem e dependência da mulher em relação ao mesmo.
Outra questão que merece destaque é a relação da mulher com o mercado de trabalho. Obviamente hoje elas são mais capacitadas que anos atrás e estão também deixando cada vez mais de serem “apenas” donas-de-casa e rumando para empregos diversos que abrangem várias áreas. Porém, apesar de em muitos casos elas exercerem sua procissão melhor que muitos homens, ainda continuam ganhando muito menos.
A violência contra a mulher é um ato completamente torpe que vai contra a qualquer indicio de decência de um ser - humano. Mesmo assim, muitos maridos, sobrinhos, e filhos espancam sem nenhuma preocupação suas mulheres, tias e mães em lugares totalmente inesperados. Como pode um filho machucar a pessoa que é a responsável pela sua existência, é uma coisa completamente ilógica.
Não se pode esquecer também que a violência física não é a única que a mulher sofre, violência sexual e principalmente verbal são muito comuns. O simples fato de ofender, caluniar uma mulher ou obrigar uma menina a fazer sexo contra a sua vontade é muitas vezes pior que um soco na cara ou um chute na barriga. É importante ressaltar que no Brasil de cada cinco mulheres, uma já sofreu algum tipo de violência física se for contar com os outros tipos de violência esse número aumentará ainda mais.
Falando em Brasil, é extremamente importante dizer que este é um país de homens altamente preconceituosos, que estacionaram suas idéias no milênio passado e passam para as novas gerações, que menino tem que ser “pegador” para ser homem de verdade, já as meninas devem ser “certinhas”, namorarem apenas depois de uma idade definida por eles e se for uma garota também, por que não “pegadora” corre o risco de ser mal-falada pelos outros.
Imagine uma pessoa que seja além de mulher, negra e pobre. Pense o que ela não deve sofrer. O que ela deve passar e enfrentar para viver o dia-a-dia sem abaixar a cabeça. E ainda tem gente que insiste em “proclamar” que a mulher é dependente de uma pessoa que está acima dela, seja nesse caso, um homem, um rico, um branco.
Enfim, apesar de tudo, é óbvio que essa situação permanecerá ainda por muitos anos, até se duvidar para sempre. Mas tudo na vida é incerto menos a morte, e as mulheres como já foi dito estão ganhando cada vez mais espaço. Então o que falta pra elas mostrarem para os homens o que é ser mulher de verdade? Falta que além do crescimento do espaço das mulheres cresçam também a mente dos homens e junto com ela a idéia de que independente de mulher, homem, negro, branco, índio, gordo, magro, enfim, acima de qualquer estado, antes de sermos qualquer coisa somos gente e se somos gente, somos todos iguais, não em físico, condição social, orientação sexual, ou sexo, mas sim em direitos e principalmente deveres.
Rafael Cerqueira

UM PAÍS CHAMADO BRASIL

Análise de jornal:

Matéria: “Brasil já é país de classe média”

Rafael Cerqueira

Segundo uma publicação divulgada pelo jornal eletrônico “Folha Online” o Brasil passou de um país de extremos, composto de pessoas muito ricas ou muito pobres, para uma nação que possui mais da metade da população na classe média.

Ainda, segundo a Folha, são dois os fatores principais para o aumento dessa classe: a melhora no nível de educação, com os alunos permanecendo nas escolas por mais tempo do que no início dos anos 90, e a migração de empregos do mercado informal para a economia formal.

Essa melhora da condição de vida do país pode ser anunciada também em outros fatos. O índice de desenvolvimento humano, por exemplo, O Brasil possui um IDH elevado, atualmente é o 70° da lista dos países com os maiores IDH COM 0.800 pontos numa escala que vai de 0 a 1. Outro indício também é a esperança de vida da população que atualmente é de 72,19 anos.

O Brasil, além disso, é um país muito rico, quando referido ao PIB, que a soma de tudo o que um país produz. Se encontra em 10° lugar no ranking geral, na frente de países mais ricos em termo de qualidade de vida como, por exemplo, Austrália,Itália, Espanha e Canadá.

Porém todos esses e outros dados contrastam, e muito com a realidade do país. Apesar de realmente possuir uma classe média crescente e um poder de compra maior, o Brasil ainda continua sendo “A Terra dos Contrastes”; pessoas muito ricas ainda “dividem espaço” com pessoas muito pobres, a educação ainda continua não sendo de boa qualidade na maioria das escolas públicas; a violência ainda continua atingindo autos níveis de preocupação e gerando cada vez mais vítimas.

Para se ter uma breve idéia da realidade, o Brasil foi considerado o 50° país mais violento do mundo numa lista que contém 140 países. Parece até ser mais violento, por tudo o que se vê por aqui, mas vá saber o que acontece em outros lugares do mundo.

O índice de alfabetização também traz uma informação negativa. Em uma avaliação de 176 países, o Brasil fica em 90°entre os países com maior índice de alfabetização, com 88.4% da população alfabetizada. Ficando atrás de países menos importante economicamente como México, Argentina, Croácia e Venezuela. Isso pode ser explicado, por conta do péssimo ensino oferecido aos estudantes de escolas públicas no ensino fundamental e principalmente ao grande número da população. Mas isso tem algumas controvérsias, a China, por exemplo, com uma população bem maior que a do Brasil fica dez posições a frente na mesma avaliação.

Uma outra coisa que merece ser destacada é a grande desigualdade social brasileira. Em 2005 o Brasil era o oitavo país mais desigual do mundo atrás apenas um país latino-americano e de seis países africanos. Esses dados nos últimos dois anos melhoraram, mas a posição do Brasil ainda não traz nenhum orgulho.

E impossível negar que o Brasil tenha evoluído nesses últimos anos no governo Lula, muito pelo contrário. O próprio aumento da classe média,assunto central da matéria, é uma prova disso. Pessoas estão saindo das classes D e E, partindo rumo a classe C, principalmente. As condições de vida e principalmente do poder de compra da população cresce rapidamente. Compras de essenciais e principalmente de supérfluos tem crescido consideravelmente nas classes mais baixas para a alegria do Capitalismo.

Mas também não se pode negar que todo esse alvoroço precisa ser repensado. Quantos e quantos anos mais “adiantados” poderíamos estar agora. Esse governo realmente foi um bom governo, mas e os outros? Quanto tempo perdemos com um Brasil dominado por uma minoria rica? Quantas favelas contrastam com grandes e imponentes prédios nos grandes centros?

Essas e outras perguntas feitas diariamente somadas a esses e outros índices apresentados a população permite-me perguntar agora a pergunta que queria fazer quando vi o título dessa matéria. Será que realmente podemos comemorar com isso vendo tantos casos de descaso com a população,tantos assassinatos,injustiças,greves,e tantas outras crises que parecem intermináveis? Bem, acho que não!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O PORTUGUES EM MINHA VIDA

Memorial
Rafael Cerqueira

O português começou a fazer parte da minha vida na fase do Jardim da Infância e alfabetização. Atividades que hoje eu considero, “infantis” demais e até mesmo desnecessárias como cantar músicas com temas relacionados, pintar as letras com materiais diferentes e ouvir histórias formaram a base da minha relação com a língua portuguesa.

Saindo dessa fase e chegando ao ensino fundamental, novas coisas foram surgindo. Nada ainda era muito difícil, mas as coisas estavam começando a evoluir. Como tudo tem seus prós e contras, muitas regras foram surgindo, e junto com elas novas atividades, o que não foi ruim, o ruim mesmo foi eu começar a achar o português uma coisa extremamente chata e regrada.

Ditado de palavras, separação de sílabas, classificação de palavras, enfim. O português é muito abrangente, mas nessa idade eu acreditava que fosse uma matéria limitada e cansativa. Mas essencial, porque sem o português, como eu iria aprender a falar a minha própria língua?

A leitura só começou a fazer parte da minha vida de uma forma mais abrangente também no ensino fundamental, apesar de ter aprendido a ler um pouco antes. Os textos que liam eram adequados a minha idade, como por exemplo, a Turma da Mônica, que era uma leitura bem entretida e que até hoje leio algumas vezes os que guardo dessa época.

Até a quarta série do ensino fundamental, essa foi a maneira com que eu me dava com a língua português, nada com muitas preocupações e dificuldades. Muito pelo contrário, uma coisa bem fácil, e muitas vezes prazerosa através da literatura como já disse.

A partir da quinta série as coisas começaram a ficar um pouco mais complicadas. Até porque foi lá que eu comecei a perceber que o português de uma forma ou de outra é utilizado em todos ou outros ensinos, e também na vida, afinal, eu imaginava, como seria possível alguém viver no mundo de hoje sem ao menos saber ler ou falar direito?!

Nesse período, já um pouco mais ciente, eu comecei a me dedicar mais ao português, era estranho, porque ao mesmo tempo que ele evoluía não deixava de ser uma coisa simples, estava apenas se tornando mais exigente e isso exigia que eu o acompanhasse nessa evolução.
Outras séries do ensino fundamental vieram, novas regras surgiram, novas leituras apareciam, mas parecia que chegara a um ponto que eu não acompanhava mais essa evolução. Não deixava de entender o português como a escola exige, mas cada vez menos estava preocupado em atingir o verdadeiro português que é o que nos faz entender as coisas de uma forma geral, até porque a própria escola não oferecia condições para que isso acontecesse.

Foi nessa época também, mais precisamente no último ano do ensino fundamental que começaram a surgir às preocupações como o que fazer depois que terminasse o segundo grau que estava prestes a fazer. Uma faculdade era o objetivo principal, mas para chegar lá, o português era essencial, principalmente pelo fato da redação. Sempre gostei de escrever, mas a dúvida que eu tinha era se escrevia bem, se conseguia expressar bem as minhas idéias.

Confesso que nunca fui muito de ler bons livros ou belas poesias, o que eu me interessava em ler mesmo eram livros didáticos de geografia. Não que eu não gostasse de ler outras coisas, mas a própria falta de costume me faziam nem lembrar de outros textos, que poderiam ser até mesmo melhores.

A prova que fiz para entrar no CEFET foi um dos primeiros dos muitos momentos de disputa que terei. E mais que isso foi uma forma que tive para verificar o que achavam do que escrevia. Fiz a redação com uma segurança que eu não imaginava ter, porém com um pouco de medo, pois muitos já me disseram que eu escrevo demais, e temia que isso prejudicasse de alguma forma na redação.

Conseguindo o que queria que era passar na prova, uma nova faze da minha vida começou. E o português mais uma vez assumiu novas interpretações de minha parte. Senti a diferença absurda do novo colégio para o outro em relação principalmente no ensino, inclusive no português.

O hábito de ler se tornou mais freqüente, até porque a exigência era maior, para se ter uma idéia, em 2007 tinha lido apenas dois livros durante o ano inteiro, enquanto que esse ano, que ainda não terminou li entre oito e dez livros sem contar os inúmeros textos e poesias propostos. Sei que isso ainda não é suficiente, mas já foi um grande passo.

Creio que com isso, melhorei a minha forma de escrever e expressar minhas idéias. Melhorei também a minha forma de fazer relações do português com outros segmentos diversos. E descobri que o português e a literatura possuem várias formas de serem expostas e não só aquela coisa fechada e formal.


Enfim, foram anos e anos, pelos meus cálculos 10 anos de estudo do português desde o Jardim da Infância, bastante tempo aprendendo e também não aprendendo assuntos do português, regras foi o que não faltaram. E muitos anos ainda terei de estudo do português, mesmo na faculdade, pois como já falei, ele sempre estará presente, mesmo em alguma coisa que aparentemente não o envolva.

Mas mesmo com todos esses anos de estudo, parece que só agora eu consegui aprender que o português é mais que decorar regras e fazer ditados e sim ter capacidade de pensar de verdade o mundo de uma forma geral e coerente, sem influências.