Memorial
Rafael Cerqueira
O português começou a fazer parte da minha vida na fase do Jardim da Infância e alfabetização. Atividades que hoje eu considero, “infantis” demais e até mesmo desnecessárias como cantar músicas com temas relacionados, pintar as letras com materiais diferentes e ouvir histórias formaram a base da minha relação com a língua portuguesa.
Saindo dessa fase e chegando ao ensino fundamental, novas coisas foram surgindo. Nada ainda era muito difícil, mas as coisas estavam começando a evoluir. Como tudo tem seus prós e contras, muitas regras foram surgindo, e junto com elas novas atividades, o que não foi ruim, o ruim mesmo foi eu começar a achar o português uma coisa extremamente chata e regrada.
Ditado de palavras, separação de sílabas, classificação de palavras, enfim. O português é muito abrangente, mas nessa idade eu acreditava que fosse uma matéria limitada e cansativa. Mas essencial, porque sem o português, como eu iria aprender a falar a minha própria língua?
A leitura só começou a fazer parte da minha vida de uma forma mais abrangente também no ensino fundamental, apesar de ter aprendido a ler um pouco antes. Os textos que liam eram adequados a minha idade, como por exemplo, a Turma da Mônica, que era uma leitura bem entretida e que até hoje leio algumas vezes os que guardo dessa época.
Até a quarta série do ensino fundamental, essa foi a maneira com que eu me dava com a língua português, nada com muitas preocupações e dificuldades. Muito pelo contrário, uma coisa bem fácil, e muitas vezes prazerosa através da literatura como já disse.
A partir da quinta série as coisas começaram a ficar um pouco mais complicadas. Até porque foi lá que eu comecei a perceber que o português de uma forma ou de outra é utilizado em todos ou outros ensinos, e também na vida, afinal, eu imaginava, como seria possível alguém viver no mundo de hoje sem ao menos saber ler ou falar direito?!
Nesse período, já um pouco mais ciente, eu comecei a me dedicar mais ao português, era estranho, porque ao mesmo tempo que ele evoluía não deixava de ser uma coisa simples, estava apenas se tornando mais exigente e isso exigia que eu o acompanhasse nessa evolução.
Outras séries do ensino fundamental vieram, novas regras surgiram, novas leituras apareciam, mas parecia que chegara a um ponto que eu não acompanhava mais essa evolução. Não deixava de entender o português como a escola exige, mas cada vez menos estava preocupado em atingir o verdadeiro português que é o que nos faz entender as coisas de uma forma geral, até porque a própria escola não oferecia condições para que isso acontecesse.
Foi nessa época também, mais precisamente no último ano do ensino fundamental que começaram a surgir às preocupações como o que fazer depois que terminasse o segundo grau que estava prestes a fazer. Uma faculdade era o objetivo principal, mas para chegar lá, o português era essencial, principalmente pelo fato da redação. Sempre gostei de escrever, mas a dúvida que eu tinha era se escrevia bem, se conseguia expressar bem as minhas idéias.
Confesso que nunca fui muito de ler bons livros ou belas poesias, o que eu me interessava em ler mesmo eram livros didáticos de geografia. Não que eu não gostasse de ler outras coisas, mas a própria falta de costume me faziam nem lembrar de outros textos, que poderiam ser até mesmo melhores.
A prova que fiz para entrar no CEFET foi um dos primeiros dos muitos momentos de disputa que terei. E mais que isso foi uma forma que tive para verificar o que achavam do que escrevia. Fiz a redação com uma segurança que eu não imaginava ter, porém com um pouco de medo, pois muitos já me disseram que eu escrevo demais, e temia que isso prejudicasse de alguma forma na redação.
Conseguindo o que queria que era passar na prova, uma nova faze da minha vida começou. E o português mais uma vez assumiu novas interpretações de minha parte. Senti a diferença absurda do novo colégio para o outro em relação principalmente no ensino, inclusive no português.
O hábito de ler se tornou mais freqüente, até porque a exigência era maior, para se ter uma idéia, em 2007 tinha lido apenas dois livros durante o ano inteiro, enquanto que esse ano, que ainda não terminou li entre oito e dez livros sem contar os inúmeros textos e poesias propostos. Sei que isso ainda não é suficiente, mas já foi um grande passo.
Creio que com isso, melhorei a minha forma de escrever e expressar minhas idéias. Melhorei também a minha forma de fazer relações do português com outros segmentos diversos. E descobri que o português e a literatura possuem várias formas de serem expostas e não só aquela coisa fechada e formal.
Enfim, foram anos e anos, pelos meus cálculos 10 anos de estudo do português desde o Jardim da Infância, bastante tempo aprendendo e também não aprendendo assuntos do português, regras foi o que não faltaram. E muitos anos ainda terei de estudo do português, mesmo na faculdade, pois como já falei, ele sempre estará presente, mesmo em alguma coisa que aparentemente não o envolva.
Mas mesmo com todos esses anos de estudo, parece que só agora eu consegui aprender que o português é mais que decorar regras e fazer ditados e sim ter capacidade de pensar de verdade o mundo de uma forma geral e coerente, sem influências.
O português começou a fazer parte da minha vida na fase do Jardim da Infância e alfabetização. Atividades que hoje eu considero, “infantis” demais e até mesmo desnecessárias como cantar músicas com temas relacionados, pintar as letras com materiais diferentes e ouvir histórias formaram a base da minha relação com a língua portuguesa.
Saindo dessa fase e chegando ao ensino fundamental, novas coisas foram surgindo. Nada ainda era muito difícil, mas as coisas estavam começando a evoluir. Como tudo tem seus prós e contras, muitas regras foram surgindo, e junto com elas novas atividades, o que não foi ruim, o ruim mesmo foi eu começar a achar o português uma coisa extremamente chata e regrada.
Ditado de palavras, separação de sílabas, classificação de palavras, enfim. O português é muito abrangente, mas nessa idade eu acreditava que fosse uma matéria limitada e cansativa. Mas essencial, porque sem o português, como eu iria aprender a falar a minha própria língua?
A leitura só começou a fazer parte da minha vida de uma forma mais abrangente também no ensino fundamental, apesar de ter aprendido a ler um pouco antes. Os textos que liam eram adequados a minha idade, como por exemplo, a Turma da Mônica, que era uma leitura bem entretida e que até hoje leio algumas vezes os que guardo dessa época.
Até a quarta série do ensino fundamental, essa foi a maneira com que eu me dava com a língua português, nada com muitas preocupações e dificuldades. Muito pelo contrário, uma coisa bem fácil, e muitas vezes prazerosa através da literatura como já disse.
A partir da quinta série as coisas começaram a ficar um pouco mais complicadas. Até porque foi lá que eu comecei a perceber que o português de uma forma ou de outra é utilizado em todos ou outros ensinos, e também na vida, afinal, eu imaginava, como seria possível alguém viver no mundo de hoje sem ao menos saber ler ou falar direito?!
Nesse período, já um pouco mais ciente, eu comecei a me dedicar mais ao português, era estranho, porque ao mesmo tempo que ele evoluía não deixava de ser uma coisa simples, estava apenas se tornando mais exigente e isso exigia que eu o acompanhasse nessa evolução.
Outras séries do ensino fundamental vieram, novas regras surgiram, novas leituras apareciam, mas parecia que chegara a um ponto que eu não acompanhava mais essa evolução. Não deixava de entender o português como a escola exige, mas cada vez menos estava preocupado em atingir o verdadeiro português que é o que nos faz entender as coisas de uma forma geral, até porque a própria escola não oferecia condições para que isso acontecesse.
Foi nessa época também, mais precisamente no último ano do ensino fundamental que começaram a surgir às preocupações como o que fazer depois que terminasse o segundo grau que estava prestes a fazer. Uma faculdade era o objetivo principal, mas para chegar lá, o português era essencial, principalmente pelo fato da redação. Sempre gostei de escrever, mas a dúvida que eu tinha era se escrevia bem, se conseguia expressar bem as minhas idéias.
Confesso que nunca fui muito de ler bons livros ou belas poesias, o que eu me interessava em ler mesmo eram livros didáticos de geografia. Não que eu não gostasse de ler outras coisas, mas a própria falta de costume me faziam nem lembrar de outros textos, que poderiam ser até mesmo melhores.
A prova que fiz para entrar no CEFET foi um dos primeiros dos muitos momentos de disputa que terei. E mais que isso foi uma forma que tive para verificar o que achavam do que escrevia. Fiz a redação com uma segurança que eu não imaginava ter, porém com um pouco de medo, pois muitos já me disseram que eu escrevo demais, e temia que isso prejudicasse de alguma forma na redação.
Conseguindo o que queria que era passar na prova, uma nova faze da minha vida começou. E o português mais uma vez assumiu novas interpretações de minha parte. Senti a diferença absurda do novo colégio para o outro em relação principalmente no ensino, inclusive no português.
O hábito de ler se tornou mais freqüente, até porque a exigência era maior, para se ter uma idéia, em 2007 tinha lido apenas dois livros durante o ano inteiro, enquanto que esse ano, que ainda não terminou li entre oito e dez livros sem contar os inúmeros textos e poesias propostos. Sei que isso ainda não é suficiente, mas já foi um grande passo.
Creio que com isso, melhorei a minha forma de escrever e expressar minhas idéias. Melhorei também a minha forma de fazer relações do português com outros segmentos diversos. E descobri que o português e a literatura possuem várias formas de serem expostas e não só aquela coisa fechada e formal.
Enfim, foram anos e anos, pelos meus cálculos 10 anos de estudo do português desde o Jardim da Infância, bastante tempo aprendendo e também não aprendendo assuntos do português, regras foi o que não faltaram. E muitos anos ainda terei de estudo do português, mesmo na faculdade, pois como já falei, ele sempre estará presente, mesmo em alguma coisa que aparentemente não o envolva.
Mas mesmo com todos esses anos de estudo, parece que só agora eu consegui aprender que o português é mais que decorar regras e fazer ditados e sim ter capacidade de pensar de verdade o mundo de uma forma geral e coerente, sem influências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário